Está me incomodando..esse silêncio externo-coletivo.
Porque aquele silêncio interno, aquele que você possui em si, mesmo estando no barulho infernal de uma multidão..esse é magnífico e é o maior sinal de equilíbrio e encontro com sua essência , algo que cada um de nós deveria ter a oportunidade de alcançar.
Mas esse silêncio social, esse marasmo de calmaria que “precede o esporro” me alarma....Um sinistro sintoma da dita cuja “Pacificação”.
Já é fato inegável que a memória do brasileiro é curta (ou será que tentamos abstrair propositalmente determinados fatos, na tentativa de prosseguir com nossas vidas sem surtar com os absurdos e desumanidades que acontecem a nossa volta o tempo todo????)Eu mesma na infância/adolescência me acostumei a dormir embalada ao som vibrante de rajadas de tiro...madrugada adentro.... no início era assustador..depois...virou corriqueiro..e a falta de um clássico tiroteio vespertino era sinal que algo estava fora dos conformes)
Ok.
Mas.... “peralá !!!!!...
Será que simplesmente algumas investidas da polícia e do exército e a promessa de pacificação do espaço físico e coletivo de várias comunidades cariocas esquecidas por Deus e pelo Diabo extinguiram essa enfermidade por completo como num passe de mágica????
Ou talvez o teleférico do “Alemão” seja motivo suficiente para que os usuários de drogas abandonem o vício.........é um luminoso milagre de Natal!!!!!!!!!!!
Se resolver o problema era assim tão fácil, porque não foi feito antes?
Será que ninguém se faz essa pergunta, ou eu sou a única neurótica pessimista?
Pessimismo ou não, achar que está tudo solucionado não é otimismo... é ingenuidade.
Mais de 30 anos do desenvolver do crime organizado e narcotráfico no Brasil, uma moléstia nascida no vácuo político e social do final da ditadura e sorrateiramente alastrada, por pura falta de competência dos governantes e autoridades do país, se enraizou no esqueleto da nossa sociedade como uma fatídica maldição irremediável.
Agora está tudo resolvido???
Sei de muito pouco, mas do pouco que sei, sei o suficiente para dizer:
Nenhum câncer se extingue por completo, e só o que pode ser feito é tentar controlá-lo usando paliativos para tornar a vida do paciente o menos desconfortável e dolorosa possível, e isso já depois que a doença se manifesta e os estragos são consideráveis e muitas vezes irreversíveis.
Mesmo quando se fala em “cura”, ou controle maciço da enfermidade, as células cancerosas estão lá, adormecidas, bem ao lado das células saudáveis, esperando pacientemente um bom ensejo para acordar e devastar tudo ao redor silenciosamente e de dentro para fora e na grande maioria das vezes sua presença só é percebida quando já é tarde demais para qualquer atitude ou quando a atitude a tomar é muito sofrida e desgastante.
Sinto gelar a espinha em constatar que essa minha descrição serve não só ao Câncer Biológico que acomete a saúde humana, mas também descreve o crime organizado e o narcotráfico brasileiro, como um Câncer Social e na minha “neurótica – pessimista” opinião, ambos estão ainda distantes de uma cura definitiva.
Mas deve ser só neurose dessa minha cabeça pessimista...
Ladymettal.....diz:
Atividade na laje!!!!!!!!!
bjim pra ti
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